terça-feira, 29 de março de 2016

Dia 31: Manifestações contra o golpe no Brasil e no exterior

Cada vez mais um grito ecoa em defesa da democracia: "Não vai ter golpe". Na próxima quinta-feira (31), grandes manifestações ocorrerão nas principais cidades do país e no exterior, contra o impeachment sem fundamentos legais orquestrado pela direita, para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, que foi reeleita com 54 milhões de votos nas últimas eleições. 


 
 

O dia nacional de mobilização contra o golpe, foi convocado pela Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, organizações do movimento social que unificam forças em um contexto político de retrocessos. Além dos atos que ocorrerão nas principais cidades do país, a expectativa é realizar uma grande marcha em Brasília na próxima quinta-feira (31), com a participação de delegações vindas de todo o Brasil. 

Confira abaixo onde será a manifestação em sua cidade

Brasília- (DF)
Local: Concentração no Estádio Mané Garrincha, segue até o Congresso Nacional, às 14h

São Paulo (SP)


Local: Canto da Democracia na Praça da Sé, às 16h
Alagoas
Maceió (AL)

Local: Praça do Montepio (Rua Dr. Pontes de Miranda, 60 - Antiga sede da OAB), encerra com festival de cultura na Praça dos Martíres, às 15 h

Ceará


Fortaleza 
Local: Praça da Bandeira (Caminhada até o Centro Dragão do Mar),às 15 h

Sobral (CE) 
Local: Arco Nossa Senhora de Fátima, às 16h

Espirito Santo 

Vitória

Local:  Assembleia legislativa do ES, às18h

Goiás

Goiania
Local: Praça Cívica, às 17h

Mato Grosso do Sul 

Campo Grande (MS)
Local: 
Concentração na Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho, às 14h, 
Celebração pela vida e pela Democracia na Praça do Rádio, às 19.

Minas Gerais 

Belo Horizonte (MG)

Local: Praça da Estação, às 17h

Montes Claros (MG)

Local: Praça da Matriz, às 19h

Varginha (MG)

Local: Praça do ET, às 17h

Poços de Caldas (MG)

Local: Urca, às 19h

São Lourenço (MG)
Local: Praça Brasil, às 18h

Pará 

Belém (PA)

Local:

Hall da Reitoria da UFPA, às 17h

Praça da Leitura, às 16h

Marabá (PA)

Local: Auditório do Campus I da UNIFESSPA, às 18h

Paraíba
João Pessoa (PB)

Local: Ponto Cem Réis, às 18h

Paraná


Curitiba (PR)

Local: Praça Santos Andrade, às 18h

Foz do Iguaçu (PR)
Local: 

-"UNILA Contra o Golpe e pela Defesa da Democracia" (Unila - Jardim Universitário Foz Do Iguaçu (auditório MARTINA "Angel Guardian de los Colores"),  às 18h30.
-Concentração no Bosque Guaraní (em frente ao TTU), às 16h
-Passeata até a Praça do Mitre, às 17h30
-Ato Político-Cultural, às 18h

Maringá (PR)
Local:  Praça Raposo Tavares, às 17h

Pernambuco 


Recife (PE)

Local: Praça do Derby às 16h

Caruaru (PE)

Local: Av Rui Barbosa (Em frente ao INSS), às 16h

Floresta (PE)
Local: Em frente ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, às 7:30h

Tabira (PE)

Local: Sindicato dos Trabalhadores Rurais, às 17h

Piauí

Teresina (PI)
Local: Ato com bandeiraço no Cruzamento na Av.Frei Serafim c/ Coelho de Rezende, seguido de vigília na escadaria da igreja São Benedito, às 16h.

Rio de Janeiro 
Rio de Janeiro (RJ)

Local: Largo da Carioca, às16h

Barra Mansa (RJ)

Local: Corredor Cultural às 17h

Rio Grande do Norte
Natal (RN)

Local:  IFRN Campus Central, às 15h30

Mossoró (RN)
Local: 
-Lançamento do Comitê UERN pela Democracia (Auditório do DECOM), às 8h30
-Ato em frente a Igreja São João, às 16h

Rio Grande do Sul 

Porto Alegre (RS)
Esquina democrática, às 17h

Erechim (RS)

Local: Praça dos Bombeiros, às 18h

Ijuí (RS)

Local: Praça da República, às 17h

Passo Fundo (RS)

Local:  Praça Teixeirinha, às 17h

Pelotas (RS)

Praça Coronel Pedro Osório, às 17h

Rio Grande (RS)

Local: Largo Dr. Pio, às 17h

Santa Maria (RS)

Local: Praça Saldanha Marinho, às 16h

Santa Rosa (RS)

Local: Praça da Bandeira, às 18h

Santana do Livramento (RS)

Local: Praça General Osório (concentração) caminhada até o Parque Internacional, às 16h

Três Passos (RS)

Local: Praça Reneu Mertz, às 16h

Roraima

Porto Velho (RO)
SINDUR - Sindicato dos Urbanitários, às 19h


Jí-Paraná  (RO)
17h - Praça Matriz, às 17h

Santa Catarina 

Florianópolis (SC)

Local: TICEN, às 17h

Sergipe 


Aracajú (SE)

Local:
Ato Político na Praça General Valadão, às 15h
Artistas Pela democracia (Orla do Bairro Industrial), às 19h

Tocantins 

Palmas (TO)

Local: Aureny III (Estação Xerente), às 17h


***Manifestações internacionais***

Cidade: Berlim (Alemanha)
Local:  Pariser Platz, às 19h

Munique (Alemanha)
Local: Consulado Geral de Munique, às 14h

Barcelona (Espanha)
Local: Plaça de Sant Jaume, ás 18h

Londres (Inglaterra)
Local: Em frente a Embaixada Brasileira, às 17h

Paris (França)
local: Maison de l´Amérique latine, às 19h

Cidade do México (México)

Local:
 Fonte em Frente ao Centro Cultural Brasil México - San Francisco 1220, às 17:30h

Santiago de Chile (Chile) 
Local: Embaixada do Brasil no Chile, às 17h



* Não encontrou a sua cidade aqui? Envie o nome da sua cidade, o local e a hora da manifestação para: redacao@vermelho.org.br ,ou mande uma mensagem inbox para a página do Vermelho no Facebook.
 


Do Portal Vermelho 

segunda-feira, 28 de março de 2016

Pochmann: Defensores do golpe escondem o que querem fazer com o país

Nas três eleições diretas para presidente, o projeto neoliberal vencedor no Brasil (1989, 1994 e 1998) não chegou a ser apresentado enquanto tal para o veredito da sociedade. Nos programas políticos de governo apresentados nos debates eleitorais, palavras ou expressões como ‘privatização’, ‘redução dos direitos sociais’, ‘transferências de renda para os ricos’, ‘encolhimento de oportunidades’ e ‘estancamento da mobilidade social’ jamais foram explicitadas.


 

Após quatro sucessivas derrotas eleitorais (2002, 2008, 2010 e 2014), o projeto neoliberal procura novamente voltar a dominar o governo na forma de um golpe explícito à jovem democracia brasileira. Sem conseguir conquistar o voto popular, os defensores do golpismo escondem o que desejam realmente fazer com o país e o conjunto dos seus cidadãos.

Para tanto, os fins parecem justificar o uso de qualquer meio. De um lado, os defensores do golpe à democracia adotam como esteio legitimador do impedimento do governo Dilma, a condução do processo pelo atual presidente da Câmara dos Deputados, cuja ética política, compromisso público e lisura administrativa são, no mínimo, questionados, se é que existentes.

De outro, percebe-se que a linha dos argumentos adotada pelo impeachment foca o uso inadequado dos recursos públicos pelo governo Dilma, prática que não pode ser considerada crime, tendo sido usual desde o atual vice-presidente no exercício temporário da função de presidente, passando por presidentes anteriores até os atuais governadores. Além disso, expressa subliminarmente, o questionamento ao papel do Estado reformulado a partir de 2003.

Em síntese, a reorganização das políticas públicas buscando fazer valer plenamente a Constituição Federal de 1988, especialmente no que toca incluir todos os brasileiros nas oportunidades geradas pela economia nacional. Por isso que a via adotada de crescimento econômico desde o início dos anos 2000 se revelou fundamental para abrir um inédito caminho para tornar o país menos desigual.

Mas isso, obviamente, em uma nação constituída e experimentada na iniquidade de várias ordens causou mal-estar, justamente naqueles minoritários segmentos privilegiados por antigos monopólios sociais, políticos e econômicos que resultam das práticas tradicionais do Estado patrimonialista. Nesse sentido que a centralidade da oposição golpista é o gasto público, adotando como argumento a necessidade de diminuir consideravelmente o tamanho do Estado.

Informam sub-repticiamente que o gasto público não cabe na economia nacional, necessitando reduzi-lo, bem como transferir para o setor privado as empresas estatais como a Petrobras, a Caixa Econômica Federal, entre outras. Da mesma forma buscam antecipar que os direitos sociais estabelecidos pela Constituição Federal de 1988, como salário mínimo, aposentadoria e pensões, entre outros, prejudicam o desempenho da economia nacional.

Assim, a aprovação do impedimento do governo Dilma imporá a uma parte significativa da população o retorno ao caminho da exclusão, restabelecendo a sociedade da inclusão dos 2/3 no Brasil. Tal como o espírito da sociedade dos brancos vigente no final do século 19, que aceitou abolir a escravidão sem a necessária inclusão dos ex-escravos e suas gerações, segue o objetivo golpista neste início do século 21.

Parcela importante da população poderá continuar a fazer parte do Brasil, porém, sem usufruir de suas oportunidades, na medida em que o Estado tenderá ao exercício dos monopólios sociais, econômicos e políticos aos privilegiados de sempre. Quem viver verá, infelizmente. 


Fonte: Rede Brasil Atual

Evangélicos fazem ato hoje, em São Paulo, em defesa do Estado de direito

Após manifesto, grupo irá se reunir na Faculdade de Direito do Largo Francisco com juristas, pastores e profissionais da comunicação


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Pastor Ariovaldo Ramos será um dos oradores do ato desta segunda-feira
São Paulo – Evangélicos promovem na noite de hoje (28), a partir das 19h, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no centro da capital,ato para debater a legalidade e a democracia. O evento é organizado pela ONG Missão na Íntegra, que reúne líderes em 25 estados brasileiros e é referência entre os evangélicos na defesa da chamada teologia da missão integral.
O encontro terá nos debates os juristas Pedro Estevam Serrano e Magda Barros Biavaschi, a jornalista Magali Cunha, professora de Comunicação na Universidade Metodista de São Bernardo do Campo, e o cientista social Anivaldo Padilha, da Frente Brasil Popular.
Será a segunda ação do grupo que lançou na última semana um manifesto público em defesa da democracia. O documento circulou pelas redes sociais e já conta com 4 mil assinaturas.
O manifesto foi alvo de duras críticas por setores ultraconservadores da igreja evangélica, que o acusaram de ser uma peça em defesa do atual governo Dilma e do PT. Segundo o pastor batista e líder da Missão na Íntegra, Ariovaldo Ramos, trata-se de uma peça em favor da legalidade. “O manifesto é a favor do Estado de direito, portanto, a favor de que tudo seja feito sob o estrito cumprimento da lei. A única forma de este manifesto ser a favor do governo é o governo estar estabelecido segundo o Estado democrático de direito”, rebate.
Ramos admite que há uma dissensão entre os evangélicos. “Sim, estão divididos em relação à manutenção ou não da presidente no poder. Mas é praxe os evangélicos se dividirem sobre questões periféricas à sua fé”.
A teologia da missão integral é uma linha para a qual a atuação da igreja cristã não pode se resumir à espiritualidade ou demandas internas da comunidade, mas também abranger questões sociais, como a desigualdade, temas de habitação, agrários, ambientais, de saúde, entre outros.
Fonte: www.redebrasilatual.com.br/

Lula diz à imprensa estrangeira que impeachment é risco à democracia do Brasil

Para o ex-presidente, o governo de Dilma deve sobreviver à crescente pressão que vem sofrendo do Congresso

RICARDO STUCKERT/ INSTITUTO LULA
Para Lula, Dilma poderá resistir ainda que parte do PMDB decida deixar o governo
Brasília – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (28) acreditar que a presidenta Dilma Rousseff deve sobreviver à crescente pressão que têm sofrido no Congresso Nacional pelo seu impeachment. Em entrevista coletiva para jornalistas de veículos internacionais, ele afirmou que a democracia do Brasil estará em risco caso o processo de impedimento de Dilma seja aprovado.
De acordo com o portal online do jornal New York Times, o ex-presidente, nomeado recentemente ministro-chefe da Casa Civil, afirmou que a presidenta poderá resistir ainda que parte do PMDB decida deixar o governo.
Lula, cuja nomeação para o cargo está suspensa pela Justiça até que o Supremo Tribunal Federal (STF) tome uma decisão definitiva, informou ainda, segundo o New York Times, que vai conversar com o vice-presidente Michel Temer, presidente nacional da legenda, e outros políticos em Brasília com o objetivo de ajudar Dilma a continuar no cargo.
Na tarde desta segunda-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil protocolou na Câmara dos Deputados um novo pedido de impeachment contra a presidenta. Amanhã (29), o  Diretório Nacional do PMDB vai se reunir para decidir se deixa ou não o governo.
Lula concedeu a entrevista a diversos jornais estrangeiros, entre eles o El PaísWall Street JournalFinancial TimesTelamAgência LusaThe Guardian e Le Monde.
Ainda de acordo com o New York Times, o ex-presidente disse que não quer ser um “intruso” no governo da presidenta e negou as afirmações de que ele aceitou o cargo de ministro-chefe da Casa Civil para evitar ser preso por acusações de corrupção.
Fonte: www.redebrasilatual.com.br/

domingo, 27 de março de 2016

COMO O JORNAL NACIONAL TRATARÁ A LAVA JATO CASO O GOLPE TRIUNFE. POR PAULO NOGUEIRA


O JN, no caso do golpe, será como nos tempos de Medici
O JN, no caso do golpe, será como nos tempos de Medici
Em suas memórias, Samuel Wainer notou o óbvio: os analfabetos políticos, ou perfeitos idiotas, acham que o que veem nos jornais, revistas e telejornais éverdade.
Em sua ingenuidade desumana, eles não imaginam que por trás do que é noticiado estejam famílias riquíssimas dedicadas a preservar seus próprios interesses, Marinhos, Frias, Civitas e por aí vai.
Tais famílias escolhem, com capricho criminoso, o que vai chegar a seu público, e como. Com o mesmo apuro, decidem também o que não vai chegar.
Mas o analfabeto político não pensa nisso. Com o mesmo fervor obtuso, ele crê que decisões de juízes são sagradas. Se ele atinasse que um juiz da Suprema Corte – como Gilmar, Toffoli etc – podem ser tão tendenciosos quanto um juiz de futebol vinculado a um time, seria mais crítico. Mas não é o que acontece.
Vamos agora fazer um exercício.
Na hipótese extrema de que o golpe funcione: como a Globo vai passar a noticiar a Lava Jato para os analfabetos políticos que ainda a levam a sério?
Vai tirar do ar. A Lava Jato deixará de ocupar intermináveis minutos no Jornal Nacional, na Globonews e demais telejornais da casa porque já terá cumprido seu objetivo. Moeo será abandonado como Joaquim Barbosa, ou caso seja o candidato a presidente da Globo, artificialmente inflado.
Corrupção, igualmente, não será mais tema de reportagens.
Quem, como eu, militou demorados anos em grandes empresas jornalísticas como Globo e Abril sabe como elas agem na defesa de suas mamatas e privilégios.
O general Medici, um dos presidentes da ditadura, teve uma reflexão histórica sobre o Jornal Nacional de seu tempo. “Você vê o mundo em chamas e ao assistir o Jornal Nacional depara com um paraíso”, disse ele.
Jovens idealistas morriam torturados nas masmorras da ditadura que a Globo ajudara a construir e manter. Direitos trabalhistas como a estabilidade eram roubados sem que os trabalhadores pudessem fazer nada porque greves eram proibidas e líderes sindicais perseguidos. Políticos destemidos eram cassados. A corrupção grassava por baixo do pano em civis como Paulo Maluf.
Mas o que aparecia no JN era um paraíso. De mentirinha.
É isso, este circo sinistro, que teremos de volta caso o golpe vença.
Eduardos Cunhas continuarão a ter a vida mansa que sempre tiveram, porque ao mesmo tempo em que roubarão prestarão serviços sujos à Globo: farão aprovar medidas contra os trabalhadores e impedirão que sequer se discuta uma regulamentação da mídia que impeça a empresa dos Marinhos de ser o monstro manipulador que é.
O país, como na ditadura militar, se encherá de confrontos porque os movimentos sociais e jovens estudantes como os secundaristas de São Paulo não aceitarão passivamente um crime de lesademocracia.
Sangue fatalmente correrá, graças aos métodos conhecidos da Polícia Federal, mas também isso não será notícia.
A Globo, acossada pela Era Digital que a fará em circunstâncias normais uma empresa em grossa decadência, terá mais uma vez livre acesso aos cofres públicos, por meio de publicidade e financiamentos indecentes.
Terá cada vez menos público, porque isso é inexorável, mas os Marinhos serão cada vez mais ricos num país cada vez mais desigual.
Mas o JN, como no tempo de Medici, trará a seus analfabetos políticos um paraíso. De mentirinha. Mas, em sua ignorância majestosa, é disso mesmo que eles gostam, um mundo falso em que só haja brancos, ricos, cheirosos, sorridentes — em suma, perfeitos idiotas como eles mesmos.
Fonte: www.diariodocentrodomundo.com.br/

O mistério das doações da Odebrecht se aprofunda: José Agripino, presidente do DEM, teria recebido R$ 200 mil em 2012 mas não era candidato; há outros 37 casos

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O bilionário dono da marca Itaipava; Agripino entre Aécio, FHC, Alckmin, Serra e Paulinho da Força. Tirando o ex-presidente, estão todos nas planilhas da Odebrecht
Da Redação
A planilha relaciona candidatos a prefeito e à Camara de Vereadores de São Paulo, Salvador, Aracaju, Maceió, Vila Velha (ES) e Rio de Janeiro em 2012.
De repente aparecem dois nomes de políticos que não se candidataram naquele ano: o presidente do Democratas, José Agripino, relacionado no grupo dos “parceiros históricos”, teria recebido R$ 200 mil saídos dos cofres da Odebrecht Infraestrutura. Também aparece o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA), com R$ 150 mil que teriam vinda da mesma empresa.
Na lista de empresas ligadas à Odebrecht de onde teriam partido as doações, além da “Infra” constam a Braskem, a ETH Bionergia, a Odebrecht Defesa e Tecnologia, a Odebrecht Realizações Imobiliárias, a Foz do Brasil e a Odebrecht TransPort.
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Naquele ano, a Odebrecht Investimentos em Infra-Estrutura, CNPJ 07.668.258/0001-00, não fez doações eleitorais.
Porém, CNPJs de empresas do grupo doaram à direção nacional do DEM pelo menos R$ 1,8 milhão, nos quais poderia estar embutido o dinheiro destinado a Agripino.
Pelos registros públicos, é impossível determinar se ele de fato recebeu o dinheiro e, se sim, qual destino deu à contribuição.
O blog Aos Fatos, em parceria com o UOL, já havia noticiado que políticos que não se candidataram em 2012 aparecem na lista de doações da Odebrecht.
Relacionou o ex-presidente José Sarney (codinome Escritor), o senador Romero Jucá (Cacique), o presidente da Câmara Eduardo Cunha (Caranguejo), o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (Proximus) e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (Grego), todos do PMDB.
Também mencionou o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, que teria recebido R$ 500 mil sem nunca ter sido candidato a nada.
Segundo a reportagem do Aos Fatos, “também aparecem nas listas de contabilidade de 2012 sem terem se candidatado para prefeito ou vereador o ministro Armando Monteiro (PTB-PE), o deputado Geraldo Simões (PT-BA), o senador Randolfe Rodrigues (Rede, eleito senador pelo PSOL-AP), o ex-governador Silval Barbosa (PMDB-MT), o ex-governador Renato Casagrande (PSB-ES), ex-ministra Maria do Rosário (PT-RS) e o ex-líder da oposição na Câmara Bruno Araújo (PSDB-PE)”.
Todos os ouvidos pelo Aos Fatos/UOL negam qualquer irregularidade.
Porém, a lista está incompleta. Na verdade, são 38 ao todo os não candidatos que constam na contabilidade paralela da Odebrecht.
Numa planilha datada de 23 de agosto de 2012, a “coluna diversos” menciona pagamento de R$ 100 mil aos “parceiros históricos” José Agripino (DEM) e Garibaldi Alves (PMDB), do Rio Grande do Norte. Nenhum deles disputou eleição naquele ano. É a segunda menção a Agripino na papelada.
Numa anotação manuscrita, em outra planilha, aparece o nome do ex-presidente do Banco de Brasília, Jacques Pena, ao lado da anotação R$ 150 mil.
O hoje governador do Piauí, então senador Wellington Dias, do PT, teria recebido R$ 500 mil.
Como informamos anteriormente, a Odebrecht pode ter dado dinheiro a determinados candidatos ou líderes políticos sob o manto de doações legais aos partidos ou através das empresas Leyroz de Caxias e Praiamar, duas distribuidoras de cerveja cujos nomes aparecem na contabilidade paralela da empresa.
Isso não é ilegal, mas revela os limites do sistema implantado pelo TSE para monitorar a relação econômica entre empresas e candidatos ou ocupantes de cargos públicos.
Há vários exemplos de outros não candidatos que teriam recebido dinheiro da Odebrecht.
Uma doação destinada à campanha do PP, em 2012, na disputa da Prefeitura de João Pessoa, de R$ 150 mil, aparece sob o nome de um certo “Agnaldo”, sediado em Brasília. O então deputado Aguinaldo Ribeiro, líder do PP na Câmara e depois ministro das Cidades, é originário da Paraíba. O PP não teve candidato próprio em João Pessoa naquele ano.
Também de acordo com as planilhas, um certo Fischinha, do PP, recebeu R$ 50 mil reais da Braskem para a campanha à Câmara Municipal de Porto Alegre. No Rio Grande do Sul, o deputado estadual João Fischer tem o apelido de Fixinha.
O deputado estadual Frederico Antunes, do PP, teria recebido R$ 100 mil da Foz do Brasil, do grupo Odebrecht, para aplicar na campanha de candidatos a vereador em Porto Alegre. Já o deputado federal Renato Molling (PP-RS) teria recebido R$ 100 mil da Odebrecht Infraestrutura com o mesmo objetivo: eleger vereadores na Câmara de Porto Alegre.
O deputado Ricardo Barros (PP-PR) teria pedido à Odebrecht que doasse R$ 100 mil ao candidato à Prefeitura de Maringá em 2012.  Empresas do grupo Odebrecht não fizeram doações diretas a Roberto Pupin, do PP, que se elegeu prefeito da cidade, mas deram R$ 1,8 milhão à direção nacional do PP naquele ano.
No Rio, o deputado estadual André Corrêa (PSD) teria recebido R$ 200 mil da Braskem para distribuir a candidatos na região do Comperj, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, no qual a empresa pretendia àquela altura ser sócia da Petrobras.
Outro deputado estadual carioca, Paulo Melo (PMDB), teria recebido R$ 500 mil, sendo metade através do diretório nacional e a outra metade do “parceiro IT”, provavelmente uma das distribuidoras ligadas à cervejaria fabricante da Itaipava.
Na Bahia, o deputado estadual Marcelo Nilo (PDT) aparece na lista com R$ 300 mil recebidos para a campanha à Câmara Municipal de Salvador, metade da Odebrecht Realizações Imobiliárias e outra metade da Odebrecht Infraestrutura. Já o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) teria recebido R$ 150 mil para a campanha local.
Embora não tenham sido candidatos em 2012, os petistas Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann aparecem como destinatários de R$ 1,5 milhão para a campanha a prefeito de Curitiba, onde o PT não teve candidato próprio.
Bernardo, à época, era ministro das Comunicações do governo Dilma.
O deputado federal Marco Maia (PT-RS) teria recebido R$ 200 mil para a campanha municipal em Porto Alegre.
No Rio de Janeiro, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), com o codinome Lindinho, aparece como destinatário de R$ 500 mil. O deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ) teria recebido R$ 50 mil e o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), R$ 200 mil. Em tese, teriam recebido o dinheiro para aplicar nas campanhas locais de seus partidos.
Frisamos: intermediar doações de campanha a terceiros não é ilegal, mas demonstra a falta de transparência do sistema que vigorou nos últimos anos.
Uma planilha datada de 23 de julho de 2012, sob “diversos”, menciona que R$ 500 mil seriam destinados pela Odebrecht Infraestrutura e Foz do Brasil a “parceiros históricos” em Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba e Rio Grande do Norte: Cássio Cunha Lima (PSDB), Teotonio Villela Filho (PSDB), Renan Calheiros (PMDB), José Agripino (DEM), Garibaldi Alves (PMDB), Eunício de Oliveira (PMDB) e José Sarney (PMDB). Nenhum deles saiu candidato em 2012.
Foi a terceira citação a Agripino nos papéis.
Algumas anotações confirmam a suspeita de que distribuidoras de cerveja foram usadas pela Odebrecht como intermediárias.
Uma planilha de 28/08/2012 previa doação de 100 mil reais ao candidato a vereador Raul Jungmann, do PPS, hoje deputado federal. O pagamento seria feito em duas parcelas, em 24 de agosto e 11 de setembro. No dia 13 de setembro de 2012 caiu na conta da campanha de Jungmann um repasse de R$ 100 mil da empresa Praiamar.
O deputado Roberto Freire, também do PPS, confirmou ao Estadão que recebeu doação de R$ 500 mil, atribuiu a origem do dinheiro à Odebrecht mas apresentou recibo eleitoral da Leyroz de Caxias.
Viomundo fez um levantamento de todas as doações feitas pelas empresas Leyroz e Praiamar nas eleições de 2010, 2012 e 2014. São cerca de R$ 60 milhões de reais.
Um fato chama a atenção.
Nas eleições de 2010, Leyroz e Praiamar doaram juntas R$ 32 milhões a candidatos, nominalmente. Já as empresas do grupo Odebrecht praticamente não fizeram doações a candidatos, apenas a partidos ou comitês eleitorais.
Em 2012, Leyroz e Praiamar doaram outros R$ 29 milhões. A Odebrecht, de novo, quase não doou a candidatos.
Já em 2014, Leyroz e Praiamar tiveram queda vertiginosa no valor das doações (R$ 3,3 milhões), mas a Odebrecht, de repente, doou quase R$ 40 milhões nominalmente a candidatos.
Essa mudança aconteceu DEPOIS de deflagrada a Operação Lava Jato.
Enquanto isso, num despacho republicado pelo Consultor Jurídico, o juiz Sérgio Moro tirou o pé do assunto:
“É certo que, quanto a essas planilhas apreendidas na residência do executivo, é prematura qualquer conclusão quanto à natureza deles, se ilícitos ou não, já que não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, através do qual eram realizados os pagamentos subreptícios (de propina, por exemplo, aos agentes da Petrobras), e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos”, escreveu Moro.
E mais: “O ideal seria antes aprofundar as apurações para remeter os processos apenas diante de indícios mais concretos de que esses pagamentos seriam também ilícitos. Diante, porém, da apreensão e identificação da referida planilha, a cautela recomenda, porém, que a questão seja submetida desde logo ao Egrégio Supremo Tribunal Federal”.
Há duas explicações possíveis para este comportamento.
1. Depois da repreensão pública do ministro Teori Zavascki, do STF, Moro está mais cauteloso.
2. Moro, assim como a TV Globo, que escondeu o conteúdo das planilhas através de uma sopa de letras, não quer atrapalhar o andamento do processo de impeachment, especialmente agora que o PMDB já anunciou que vai desembarcar do governo Dilma.
Afinal, na lista de doações da Odebrecht/Leyroz de Caxias/Praiamar, além de 11 líderes do PMDB definidos como “parceiros históricos” da empreiteira Odebrecht, aparecem também os tucanos Geraldo Alckmin, José Serra e Aécio Neves, o demo José Agripino e o comunista Roberto Freire. Ou seja, a fina flor da campanha do impeachment.
Fonte: www.viomundo.com.br/

Olívia Santana: "Combate à corrupção ou assalto à democracia?"

A luta contra a corrupção é justa, toca fundo no sentimento do nosso povo, que ganha a vida honestamente e não quer ser conivente com o saque de suas riquezas. Mas, o que está em curso no país tem outro objetivo: é uma ardilosa tentativa de promover a alteração de forças políticas no poder, sem eleição. 


Por Olívia Santana*


Olívia Santana
Olívia Santana
Hoje, como no passado, quando o caminho foi pavimentado para o golpe militar, investe-se numa crise política que empurra o país para o abismo. Alardeia-se o combate à corrupção, que nada mais é do que um pretexto usado por aqueles que não ganharam a eleição de 2014, para praticar um ato de corrupção ainda mais deletério ao estado democrático e de direito: usurpar o mandato da presidenta da República, Dilma Rousseff, e, numa só tacada, inviabilizar também qualquer possibilidade de retorno de Lula à disputa eleitoral de 2018. É disso que se trata. A oposição não tem projeto que possa encantar a maioria do povo brasileiro. Está cansada de perder e, para não correr mais riscos, busca eliminar seu adversário mais potente.

Não precisa ser de esquerda para lembrar que as eleições que Lula e Dilma enfrentaram foram marcadas por uma forte intervenção da grande mídia, liderada pela Rede Globo, explicitando claramente o seu viés oposicionista! O próprio José Bonifácio, mais conhecido como Boni, ex-diretor da emissora, revelou que o debate entre Collor e Lula, que finalizou a campanha de 1989, foi ardilosamente manipulado para favorecer o primeiro. Armaram uma cena de supostas graves denúncias contra Lula, que seriam comprovadas com fartos documentos contidos em pastas que estavam sobre a mesa do candidato Collor. Disseram ainda que a filha de Lula apareceria a certa altura no programa para denunciar seu pai. As tais pastas tinham apenas papeis em branco e a filha de Lula lá não estava. Era um embuste golpista para atuar no emocional do candidato operário. O resultado, todos conhecem.

Um novo golpe está em curso. Dessa vez muito mais grave. A tentativa de colocar Lula atrás das grades, sem sequer acusação formal e aceita contra ele - agora, parece que já estão tomando as providências nesse sentido -, revela que vivemos uma era de exceção. É com perplexidade que constatamos que parte do Judiciário brasileiro está capturada pela influência dos holofotes midiáticos, que faz inflar carreiras e empresta brilho efêmero a alguns juristas, que deveriam honrar a Constituição, em vez de molestá-la para jogar para a ávida e manipulada plateia.

Parte do PT errou sim, ao sucumbir frente aos esquemas de corrupção sistêmica, que têm raízes sólidas e históricas no sistema político brasileiro. A arrepiante delação de Pedro Correia jogou estrume no ventilador. Atesta ele que o esquema remonta 1980, vem de muito antes de o PT alcançar sua primeira vitória na presidência. Como há uma clara distorção das informações, a maioria das pessoas não sabe, entretanto, que não é essa a sigla com maior número de parlamentares envolvidos no escândalo investigado pela Lava Jato. Sabemos também que, desde o início da era Lula, foi feito todo um investimento no fortalecimento da Controladoria Geral da União, investiu-se mais na Polícia Federal e foram mais valorizadas as instituições de controle do Estado. Todos esses órgãos gozaram e gozam de autonomia jamais vista em nenhum outro governo para agir. Fato ilustrativo são os absurdos grampos ilegais e o vazamento da conversa entre a presidenta e o ex-presidente da República. 

A falsidade do combate à corrupção se evidencia na medida em que mira um só alvo: o PT, ou no máximo alguns de seus aliados. Não é a corrupção que eles querem apurar. É o governo que eles querem derrubar. 

E, contudo, o governo do PT e seus aliados, realizou feitos memoráveis para a sociedade. O Brasil saiu da condição de cadeira cativa no Mapa da Fome da ONU. Sobreleva-se aí o Programa Bolsa Família, mas não só; foi toda uma política de promoção social que criou empregos e valorizou os salários. A propósito, com frequência registram-se críticas despropositadas e injustas, sobretudo ao Bolsa Família. Divulgam, por exemplo, o mesquinho argumento de que as mulheres pobres estão parindo só para receber o benefício do Bolsa Família, o que é uma falácia, ainda mais quando sabemos que a taxa de natalidade brasileira é de 1,8, estando assim entre as menores do mundo. Na mesma linha, caluniam a política de cotas para negros e grupos socialmente vulneráveis nas universidades, mal escondendo a defesa de privilégios, assim como irritam-se contra as garantias trabalhistas conquistadas pelas empregadas domésticas, que na verdade foi um reconhecimento tardio de direitos elementares. Estes, que têm suas vozes pautadas na intolerância, se erguem sob a batuta da mídia, nesse nefasto concerto golpista.

Mas salta aos olhos a parcialidade de setores da Justiça. Aécio Neves foi citado, pelo menos seis vezes na Operação Lava-Jato, mas isso não repercute na mídia e nem nas ações do juiz Sergio Moro. Aliás, tal prática já vem sendo sistemática. Alguém por acaso se recorda do “mensalão tucano”? Nada foi ali apurado, ninguém foi punido. Prescreveu. Também segue o mesmo caminho a Operação Zelotes, que investiga crime de sonegação fiscal da ordem de US$ 20 bilhões! 

É algo infinitamente maior do que o que apura a Lava-jato, e envolve banqueiros e grandes empresas de mídia. E você, que segue na luta, de boa-fé contra a corrupção, sequer percebeu essas coisas. O que a mídia não grita o coração não sente. Fato é que grandes fortunas e grandes afortunados se ergueram saqueando a Nação, e hoje simplesmente se aposentam e continuam a gozar de privilégios sem serem importunados pela Justiça. Tais espólios viram heranças para o desfrute familiar dos que desconhecem o que é o batente honesto; vida que segue... Se o livro A Privataria Tucana fosse sobre o PT, este já seria um partido dissolvido. 

O processo espúrio que foi articulado para resultar no impeachment da presidenta Dilma, parece cena de realismo fantástico! A Comissão montada para tal finalidade tem 61 membros; desses, 36 tem pendências sérias com o judiciário ou com o Tribunal de Contas. É, por exemplo, uma chicana ver Paulo Maluf - que não pode botar o pé fora do Brasil, porque há um mandado internacional de prisão contra ele - e alguns outros da sua estirpe, compondo a Comissão presidida por Eduardo Cunha, decidir o impeachment da presidenta Dilma, que não cometeu nenhum crime de responsabilidade. A suposta ré é muito mais idônea que seus julgadores. Cunha é réu na Lava-jato, mas continua solto por uma única razão: é útil aos que querem a cabeça da presidenta Dilma. O jogo é bruto! Deixemos de lado a ingenuidade. Como disse o grande líder Desmond Tutu: se ficarmos neutros perante uma injustiça, estaremos escolhendo o lado do opressor. Por isso setores cada vez mais amplos passam a perceber o perigo que ronda a nação e começam a se levantar: a CNBB, a SBPC, personalidades e associações de juristas, artistas, os mais diversos movimentos sociais, entre outros, ganham as ruas com mais força e realizam grandes atos contra o golpe que vem sendo orquestrado. Afinal, a Justiça e a democracia são patrimônios dos quais o povo brasileiro não pode abrir mão.

*Secretária Nacional do PCdoB de Combate ao Racismo 
Fonte: www.vermelho.org.br/

Vazamento da "superlista" da Odebrecht é novo mistério na Lava Jato

Lista com nome de 200 políticos beneficiados com recursos da empreiteira põe Congresso em alerta
Marcelo Odebrecht
Pessoas próximas a Marcelo Odebrecht dizem que o empresário decidiu entregar nomes do governo e da oposição na delação
A divulgação da lista com o nome de 200 políticos de 18 partidos beneficiados com recursos da Odebrecht levantou uma nova dúvida a respeito dos obscuros vazamentos da Operação Lava Jato. As planilhas foram apreendidas há um mês durante a 23.ª fase da investigação que teve como alvo o casal de marqueteiros João e Mônica Santana.
Os documentos foram encontrados na residência de Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Construtora. De acordo com a Força-Tarefa, a documentação foi colocada no sistema da justiça federal pela PF na noite de 22 de março. Os dados foram disponibilizados no inquérito, sem sigilo, que investiga o casal Santana.
A publicização dos nomes dos políticos coincidiu com a divulgação da intenção dos executivos da construtora de firmar um acordo de colaboração premiada com os investigadores. Em despacho na manhã de 23 de março, o juiz Sérgio Moro determinou que a lista fosse colocada em sigilo em função da existência de personagens com prerrogativa de foro.
A decisão é oposta a da última semana quando o magistrado tornou público os grampos com diálogos da presidente Dilma Rousseff e do ministro Jacques Wagnercom o ex-presidente Lula.
Políticos próximos a cúpula do governo estranharam a decisão do juiz de determinar segredo. A avaliação é que Moro pode ter deixado propositadamente os documentos serem divulgados, assim como as escutas envolvendo o ex-presidente, ou foi pego de surpresa por uma iniciativa da PF de liberar a listagem.
O juiz foi procurado e respondeu que os esclarecimentos sobre o assunto estão em seu despacho incluído no inquérito (leia mais abaixo). O documento não deixa claro se os repasses são legais ou se são caixa 2, mas chama a atenção pelo conteúdo. Há a menção a políticos por meio de apelidos e diversos valores aparecem manuscritos, o que seria incomum para um sistema de contribuições legais. 
A suspeita é que o executivo da empresa seria o responsável pela contabilidade paralela da construtora. Entre os nomes, aparecem o do principal expoente da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do ex-presidente José Sarney, "vereadores PSDB-SP", do ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).
Também surgem na lista o braço direito de Cunha, o deputado federal Paulinho da Força (SDD-SP) e do filho do apresentador Ratinho do SBT, Ratinho Júnior, candidato à prefeitura de Curitiba nas últimas eleições. O apresentador é um "crítico feroz" da corrupção no atual governo.
Pessoas próximas ao executivo Marcelo Odebrecht dizem que o empresário decidiu entregar os nomes de integrantes do governo e da oposição na delação. Nos bastidores, fala-se da possibilidade de entregar doações ilegais a Dilma Rousseff, Aécio Neves e de Marina Silva. Caso se confirmem os repasses, as três chapas poderiam ser cassadas.
A decisão de Marcelo de fechar a delação veio após sucessivas derrotas no TRF da 4ª Região, instância imediatamente superior a Moro responsável por julgar recursos contra suas decisões. Os advogados entenderam que os desembargadores não estariam dispostos a entrar nas questões jurídicas colocadas e encampar todas as manifestações de Moro.
O pai de Marcelo, Emílio Odebrecht, hesitou em concordar com o filho na cooperação com a Força-Tarefa, mas acabou cedendo. Até mesmo uma conversa informal ocorreu com integrantes do primeiro escalão da TV Globo para questionar a postura da emissora na cobertura do caso envolvendo o executivo.
Emílio questionava que a emissora atuaria de forma política prejudicando a discussão judicial nos tribunais. O diálogo não avançou e Emílio cedeu as propostas da defesa de Marcelo. Outra curiosidade da listagem mostra que os políticos eram conhecidos entre os membros da Odebrecht por meio de apelidos inusitados. Cunha é identificado como "caranguejo", Sarney o "escritor", e Eduardo Paes era o "nervosinho.

Trecho do despacho do juiz Sérgio Moro

"Em decorrência de notícias da imprensa, constato que, aparentemente, na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior foram apreendidas listas com registros de pagamentos a agentes políticos.
Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos.
De todo modo, considerando o ocorrido, restabeleço sigilo neste feito e determino a intimação do MPF para se manifestar, com urgência, quanto à eventual remessa ao Egrégio Supremo Tribunal Federal para continuidade da apuração em relação às autoridades com foro privilegiado"
Fonte: www.cartacapital.com.br/

CÍNICA, MÍDIA DISTORCE FALA DE DILMA SOBRE GOLPE

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Prioridade dos três principais jornais engajados no golpe de 2016, Folha, Globo e Estado, que também agiram de forma coordenada para promover o regime militar de 1964, é encontrar luminares que repitam uma obviedade: que, "ao contrário do que a presidente Dilma Rousseff afirmou, impeachment não é golpe por estar previsto na Constituição"; trata-se, mais uma vez, de uma tentativa rasteira de manipulação da opinião pública, uma vez que Dilma sempre disse que o impeachment é um instrumento previsto na Constituição; no entanto, ele apenas se torna legítimo quando os responsáveis pelo processo são capazes de apontar o crime de responsabilidade cometido pela presidência da República – o que nem as famílias Frias, Mesquita ou Marinho fizeram até agora.

247 – Engajadas numa tentativa de golpe contra a democracia brasileira, assim como fizeram em 1964, as três famílias que hoje controlam os três principais jornais do País, os Frias, os Marinho e os Mesquita, passaram a se dedicar a um exercício de cinismo. A ordem, agora, é encontrar personalidades que repitam um truísmo: o de que o impeachment não é golpe por estar previsto na Constituição – como se a presidente Dilma Rousseff algum tivesse dito o contrário.
Há dois exemplos no Estado de S. Paulo de hoje (aqui e aqui), um no Globo (aqui) e um no próprio editorial da Folha
O ponto, no entanto, é que Dilma jamais negou que o impeachment em si seja um golpe. O que ela e diversos juristas têm afirmado, assim como políticos com sólida formação jurídica, como o governador maranhense Flávio Dino, é que um impeachment só se torna um processo legítimo quando vem acompanhado de um crime de responsabilidade cometido pelo presidente da República.
Nunca é demais lembrar que o golpe conduzido por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com apoio da oposição e de diversos parlamentares acusados de crimes gravíssimos, tem como fundamento as chamadas "pedaladas fiscais" – algo que, como diz Delfim Netto neste domingo, ocorre no Brasil desde D. João VI.
Folha, Globo e Estado, que colaboraram com o golpe militar de 1964 e agora articulam o "golpe institucional" de 2016, são incapazes de demonstrar um ponto singelo: qual foi o crime de responsabilidade cometido pela presidente Dilma Rousseff.
Enquanto isso não ocorrer, o impeachment, ainda que mascarado pela legalidade, não poderá ser chamado de outra coisa, a não ser o que efetivamente é: um golpe contra a democracia, apoiado por meios de comunicação que deveriam, em tese, defendê-la.
Fonte: www.brasil247.com/